terça-feira, 9 de março de 2010

pelo metrô...

Voltando de metrô agora pouco, li umpoema do Fernando Pessoa que gostei muito. Especialmente este trecho que estava dentro do vagão...

Então segue pra vocês lerem... Tem tudo a ver com a minha fase agora!


O Guardador de Rebanhos (Canto XXXIX)

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.



Uma ótima semana pra todos!

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